INTRODUÇÃO
Aristides Pereira da Silva Filho é um irmão evangélico que ama a Jesus, mas, que não conseguia conciliar o amor de Deus com a doutrina do “tormento eterno”. Por algum tempo ele se questionava sobre o assunto, até o dia em que solicitou um estudo sobre o tema e permitiu que, através do mesmo, o Espírito Santo lhe mostrasse que a justiça eterna de Deus é baseada no Seu amor eterno. Portanto, castigar um pecador eternamente não condiz com aquilo que a Bíblia ensina sobre o amor divino (Jr 31:3; 1Jo 4:8, 16) e nem com o ensino bíblico a respeito dos graus de punição (Mt 16:27; Mt 11:20-24; Lc 12:47, 47) no lago de fogo, que existirá só depois do milênio (Ap 20).
Depois de estudar a Bíblia com o auxílio de um material que elaborei há anos, Aristides aprendeu que o “castigo eterno” (Dn 12:2; Mt 25:46) é eterno nas consequências (os que passarem pela segunda morte nunca mais serão ressuscitados – ver Ap 20:4-6) e não na duração. Com isso, esse irmão evangélico compreendeu que após o castigo proporcional às obras de cada um (Lc 12:47, 48), haverá uma destruição total daqueles que não aceitaram o plano de salvação (Ml 4:1-3; Mt 10:28; Rm 16:20; Fp 3:19).
Logo abaixo, transcrevo o testemunho dele, na esperança que o(a) amigo(a) leitor(a) seja impactado positivamente com a mudança que ocorreu em seu relacionamento com Deus depois que ele rejeitou a antibíblica doutrina do “inferno eterno”. Em seguida, disponibilizarei o estudo completo para que, em sua Bíblia, confira cada texto e desfrute dos benefícios de um estudo bíblico particular, sem a influência de terceiros que possam querer interpretar a Bíblia por você (cf. At 17:11) – e de maneira errada.
TESTEMUNHO
“A Paz de Cristo. Como agradecê-lo por tão grande amor e consideração? Desde que me entendo como cristão, não entendia muito bem sobre esse suplício eterno. Recusava-me aceitar esse Deus de punição extrema. Agora me sinto mais feliz em servir a esse maravilhoso Deus. Suas explicações foram cruciais para minha vida, e com certeza irei ensinar a outros esta magnífica revelação, ou, melhor dizendo, sabedoria. Que Deus lhe dê muitos anos de vida com saúde, para que outros como eu possam encontrar respostas sinceras e sábias quanto às dúvidas que possuam. Por favor, mande-me outros estudos que contestem doutrinas que continuam a atormentar os verdadeiros cristãos”. Aristides Pereira da Silva Filho – Volta Redonda, RJ.
[E-mail recebido por Maiara Costa (maiara.costa@novotempo.org.br) em 11 de abril de 2013].
Após minha colega escrever a este sincero irmão, pedindo que nos autorizasse a publicar seu testemunho, ele respondeu (no dia seguinte):
“A Paz de Cristo. É claro que SIM! Seria uma honra compartilhar com o mundo a minha felicidade. Desde muito tempo fui ensinado que todos os que não aceitarem Jesus como salvador, iriam para um inferno sofrer eternamente, sem fim. Ainda hoje ouço e vejo pela televisão um pastor falando com muita ênfase sobre esta horrível condenação. Como um Deus que enviou seu único filho para morrer no lugar dos pecadores, para dar-lhes a salvação, pode deixá-los num lugar de suplício eterno? Creio num Deus de justiça, não um deus carrasco como alguns pregam. Amo vocês. Felicidades. Aristides”.
ESTUDO SOBRE O TORMENTO ETERNO
Existe o “inferno” de fogo?
A doutrina que ensina a existência de um “inferno de fogo” tem preocupado muitas pessoas de todas as eras. Pensadores têm rejeitado o cristianismo por causa de tal crença; jovens têm abandonado a religião, pois pensam: “não posso crer em um Deus que, para demonstrar Sua justiça, tenha de atormentar eternamente a alma de alguém no fogo; Ele não pode existir…”. Tudo isso poderia ser evitado, caso fosse feito um estudo correto, sincero e fiel da Bíblia e se fossem usadas devidamente as regras de interpretação do verso bíblico antes de tirar uma conclusão definitiva – uma dessas regras de estudo da Bíblia é: levar em conta todos os textos das Escrituras que tratam do mesmo assunto (Isaías 28:10).
O presente estudo irá analisar, entre outras coisas:
- O que é o “inferno” de acordo com o ensino bíblico;
- Qual o correto significado de alguns dos textos que mencionam a palavra “inferno”;
- O “inferno” de fogo existe hoje ou existirá em um futuro e por quanto tempo;
Antes disso, é importante destacar o que a Bíblia ensina sobre o estado do homem na morte.
O que é a morte
Jesus criou todas as coisas com Deus o Pai e o Espírito Santo (João 1:1-3; Gênesis 1:2; Jó 33:4). O Salvador sempre existiu: “Ele é a imagem do Deus invisível o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio Dele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste[1].” Colossenses 1:15-17. Pelo fato de Jesus ter participado da criação de todas as coisas, é óbvio que Ele sabe melhor que qualquer um o que acontece com o ser humano na morte. Vejamos o que Ele diz:
“Isto dizia e depois lhes acrescentou: Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou para despertá-lo. Disseram-lhe, pois, os discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Jesus, porém, falara com respeito á morte de Lázaro; mas eles supunham que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro morreu…” João 11:11-14, grifos meus.
Aqui vemos que depois de ficar doente, Lázaro morreu. E o que Jesus disse a respeito da morte do Seu amigo íntimo? Afirmou aos discípulos que Lázaro estava dormindo! Não devemos duvidar do Senhor. Não é por acaso que a Bíblia compara a morte a um sono em torno de 53 vezes.
O Antigo Testamento, que também é da autoria do Espírito Santo (2 Timóteo 3:16), declara que quando alguém morre, está num estado de total inconsciência: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem “coisa nenhuma”, nem tampouco terão eles recompensa, pois sua memória está entregue ao esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram: para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” Eclesiastes 9:5,6. Ver também o Salmo 6:5; 88:10-12; 115:17; 146:3,4; Isaías 38: 18,19, etc.
E, o próprio Cristo disse que a ressurreição (momento em que os justos mortos tornarão a viver) será no último dia, quando Ele voltar (João 6:40).
Porém, como harmonizar esses versos com aqueles que mencionam o “tormento eterno?”
Primeiramente devemos fazer uso da seguinte premissa: Sendo que o Espírito Santo, autor da Bíblia, é perfeito, Ele não pode se contradizer. Não irá dizer em uma parte da Escritura que na morte a pessoa está em total inconsciência e em outra afirmar que os ímpios sofrerão eternamente na segunda morte. Portanto, se há uma aparente contradição, não é culpa de Deus, e sim dos seres humanos, cuja capacidade de interpretação das Escrituras foi limitada por causa do pecado. Outro fator que leva-nos a encontrar “contradições” na Bíblia é o fato de não a estudarmos profundamente.
Estudaremos os principais textos que falam do “inferno” e do “castigo eterno” no contexto deles. Antes, convém estudarmos o significado dos termos hebraicos e gregos traduzidos erradamente[2]por “inferno”. O professor de Teologia Pedro Apolinário, em seu livro Explicação de Textos Difíceis da Bíblia, págs. 135 a 142, nos apresenta o estudo a seguir (foram feitas pequenas adaptações):
Vamos analisar:
1o: quais as palavras hebraicas e gregas que foram impropriamente traduzidas por inferno;
2o: o que significam estas palavras na língua original;
3o: as dificuldades em bem traduzi-las.
A doutrina de um inferno para tormento eterno é de origem pagã, foi aceita pela igreja dominante, nos séculos escuros da Idade Média, para intimidar os pagãos a aceitar as crenças católicas.
Saiba mais em: Na Mira da Verdade
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